quarta-feira, 22 de julho de 2009

Muito puto ou paranóico??!!

Puta que pariu! Caralho!!! Essas são as duas únicas palavras que podem descrever aproximadamente o meu total descontentamento com o pronto-atendimento do Hospital Geral de Roraima (HGR). Como diz o meu irmão, Rafa: "pobre tem é que morrer mesmo".
Eis que minha pobre avozinha estava varrendo seu quintal logo cedo da manhã, quando o cachorro da casa, o Pugão, deu um salto rumo a velhinha achando que ainda era a mesma pequena bola de pelos que pegamos no centro de zoonoses há uns seis meses. O cachorro cresceu e foi física pura. A vó caiu, tentou se apoiar com o braço direito no chão e acabou machucando o pulso. Prontamente, levei-a ao hospital para que cuidassem dela, mas não sabia "eu" que ali aconteceria o inverso. Se o inferno existe, o portão de entrada deve ser o HGR.

Dei entrada no setor de trauma do hospital como haviam me indicado. Enquanto fazia os procedimentos na recepção, minha vó ficou sentada já dentro da ala de emergência. Até ai, tudo bem. Porém, após acabar de fazer a parte burocrática do atendimento, tentei entrar na sala para acompanhá-la, pois se tratava de uma pessoa idosa. O funcionário que gerencia o portão me disse que eu não podia. Expliquei a situação e mesmo assim fui impedido. Tudo bem, eu entendo. Ele estava fazendo o trabalho dele, tinha que respeitar. Pedi apenas que cuidassem bem dela e o rapaz disse: "pode deixar, vamos cuidar".

Passei mais de duas horas sentado naquele ambiente maravilhoso, que é o banquinho de madeira encostado na parede próxima à entrada de emergência. Algumas pessoas, que haviam entrado depois da minha vózinha, já estavam saindo, devidamente enfaixadas e algumas outras engessadas. Fiquei preocupado e fui perguntar pela minha vó. Ninguém soube responder e ficaram de me dar uma resposta sobre o paradeiro dela. Por precaução, fui verificar na frente do "hospital". De repente, alguém teria alguma notícia. Foi aí que eu me vi na beira de um abismo. A imagem da minha segunda mãe ali na frente daquele arcabouço das trevas, do lado de uma árvore, com o braço engessado, sozinha e desamparada, deixando rolar lágrimas de angústia por não saber o que fazer, quase me fez perder completamente o controle. Eu, um homem honesto, que paga corretamente seus impostos; trabalhador e sempre preocupado com minha postura nos diversos contextos sociais e profissionais; que tenta sempre fazer o seu papel perante a sociedade e agir da melhor forma possível, tive que ver aquela sena deprimente da minha vó largada a própria sorte por uns filhos do demônio, que não cuidaram dela como disseram que cuidariam.

Eu, em muitas situações, me considero um "trouxa", como diz o meu bom amigo Rui. Sou passivo perante essas situações desumanas, só para não criar confusão. Mas, nesse dia, foram aquelas duas palavras lá do início que soltei no portão de entrada daquele antro de insensibilidade. Como alguém pode deixar uma senhora idosa sozinha vagando por aqueles corredores, cheia de dor e desamparo, sem que lhe oferecessem ao menosr uma água ou questionassem se queria ir ao banheiro? Fiquei completamente indignado.

Após me acalmar um pouco, perguntei quem estava responsável por ela. Ninguém soube responder e colocaram logo a culpa na equipe que estava do outro lado do hospital. Perguntei o que tava escrito num receituário com um rabisco ilegível bem no meio e o "atendente" disse que era uma indicação para ir ao raio-x. Ela ainda nem estava liberada e a largaram por lá como fazem com algo despresível.

Deixei a minha vozinha sentada na cadeira enquanto fui verificar o que era preciso para ela ser atendida logo. Encaminharam-me ao médico que cuidou dela e ele com a cara mais lavada do mundo me disse que tinha colocando o "ossinho" dela no lugar. Hoje, enquanto conversava com a minha mãe, que está cuidando da minha vó, em Boa Vista, disse que levou-a a um outro ortopedista, da família, onde o mesmo informou que tinham colocado o osso dela de forma errada. Foi ai que entendi que quem cuidou do braço da minha avó foi o próprio anti-cristo.

Se não tiver um bom plano de saúde e um pouquinho de dinheiro no bolso, você tá fudido, cidadão.

Eu desabafo aqui, porque tentei fazer essa reclamação num jornal diário roraimense, no espaço destinado a esse tipo de ocorrências e ninguém ainda públicou nada. Faz mais ou menos uma semana que enviei o relato e nada. Vejo reclamações esdrúxulas sendo impressas e a minha ainda não. Deve haver algum motivo.

Por fim, escrevo aqui o que escrevi lá: se fosse a mãe de alguma autoridade política do Estado, será que eles dariam o mesmo tratamento que proporcionaram a minha avó?

Um comentário:

Essa Menina. disse...

É um absurdo, porque essas reclmações são constantes... aquele HGR é uma palhaçada, e ninguem faz nada pra melhorar! Tá certo em reclamar!

beijão rodofo.
Bruna.