terça-feira, 24 de março de 2009

Diário de Bordo - Show do Iron em Manaus!

Ainda não havia encontrado tempo para escrever sobre minha ida ao recente show do Iron Maiden na cidade de Manaus - AM. Hoje tive a oportunidade e aqui vou tentar descrever os acontecimentos que, de uma forma ou de outra, transformaram essa viagem em um marco na vida de um grupo desajeitado de metaleiros.

Antes de mais nada, deixo registrado nessas linhas tortas que a odsséia foi composta por algumas
pessoas de extremo bom-senso, cuja inteligência reverteu acontecimentos desagradáveis em momentos felizes junto aos amigos. Ao grande amigo Rui, ficam aqui meus agradecimentos, em nome de todos os felizes, por ter nos proporcionado uma viagem com excelente custo-benefício e tão agradável companhia. Não houve a oportunidade de dizer isso antes, mas a idéia de lembrar o fato esteve presente desde a proximidade do fim da viagem.

Por fim, gostaria que constasse nesse registro que a viagem nada teria de interessante sem a presença dos bons amigos em todos os momentos: na hora da contribuição da "caixinha de cerveja", do café da manhã com ressaca, dos jogos de boliche, do chope acompanhado de boas histórias, das surpresas da butterfly1 (rs), entre outros. Sem eles não teria muito o que dizer por aqui.

1 - Segundo relato do nosso chapa Harry.

Vamos lá.

Dia da partida

Quarta-Feira, 11 de março de 2009, 16:00h - Estou terminando de arrumar minha mochila. Indiferente às instruções proferidas por alguma mulher, meti no compartimento principal da bolsa uma toalha, cinco bermudas, cinco camisetas, uma pasta de dentes com escova, sabonete, desodorante espanta baratas, voucher dos ingressos do show, um par de chinelos e cinco pares de cuecas multicoloridas. Isso é o suficiente para qualquer homem viver de cinco a dez dias em qualquer lugar sem passar apertos (rs).

(Na foto ao lado: Neto (Perneta), Harry, Eu e o cachorro da família o Pugão)

Fui buscar o Neto e o Almeida, enquanto o Harry - na verdade o nome é Tony, o apelido foi adquirido durante a viagem; será explicado - vinha de moto até a minha casa. O trato era que os levasse até o ponto de encontro e embarque do ônibus e depois voltasse até a minha casa para deixar o carro, pois lá ninguém mais dirige. Enfim, voltaria de carona para o embarque com o Rui, vulgo A. Troz.

Observação - o Neto estava com o pé quebrado devido a uma contusão no futebol e andava com o auxílio de muletas. Segundo o elemento, o mesmo estava se consagrando craque do mês em uma pelada lá na PM, quando, de repente, veio um enciumado e estragou com sua felicidade. De acordo com fontes seguras, na verdade, o cidadão realmente estava muito empolgado no jogo, porém, num momento de euforia para fazer o gol, ao invés de chutar a bola o infeliz chutou a trave (rs).

Ponto de encontro

Quarta-Feira, 11 de março, 18:50h - Todos reunidos e já prontos para embarcar. O custo da viagem ficou muito bom: 120 putos para ir e voltar no microbus, mais 60 putos do hotel; mais ingresso, tudo saiu por menos de 300 putos. Muito bom!

Portas da carroagem abertas. Todos dentro com seus respectivos 'cacarecos'. Bancos meio apertados. Pronto! Rumo ao Iron Maiden.


Lembro de ver o Rodrigo (irmão do Rui) que nem uma sardinha enlatada lá no banco de trás (rs).

Ainda dentro da cidade, lembramos que faltavam dois integrantes... Paramos em um posto e esperamos. Aproveitei o momento para comprar cinco 'cervas' geladas e começar a viagem com o pé direito. Os outros fizeram o mesmo e até ali não imaginava o que ainda poderia acontecer.



Chegando os dois ausentes, a viagem recomeça. Infelizmente, antes de chegar à cidade de Mucajaí aconteceu um incendente um tanto injusto e bastante constrangedor. Não vou entrar muito em detalhes, mas o fato originou uma sensação de mal-estar entre todos. Pelo menos até um certo ponto. Parecia um final de semana perdido, contudo, logo que chegamos ao hotel na capital amazonense as coisas mudaram. !!!Porém!!!, antes de chegar a Manaus, tomamos café em Presidente Figueiredo. Pode parecer meio gay(rs), mas fazia bastante tempo que não tomava café entre os chapas. Um fato significante, pelo menos para mim.











Enfim, após uma longa viagem 'exprimido' entre os bancos e o pneu do buzú, chegamos ao destino.

Hotel Mônaco

Quinta-Feira, 12 de março, 8:00h - Chegamos ao hotel e uma das primeiras medidas a serem tomadas foi a verificação da resistência das camas e decidir qual os dois infelizes que iriam dormir na cama de casal, pois havia apenas uma de solteiro e outra 'maiorzinha' (rsrs). Passado esse momento constragedor, a segunda medida foi entupir o frigobar de cervejas. Duas caixinhas de 'uma marca de geladas conhecida' resolveram as primeiras necessidades.

Quinta-Feira, 12 de março, por volta das 11:00h - Fomos atrás do que comer. Infelizmente não havia muita coisa e nem podiamos caminhar muito longe por causa da perna bixada do Neto. Nesse meio tempo, encontramos uma dessas lojinhas de camisetas de rock. É interessante os utencílios comercializados ali. Nunca fui um rockeiro caracterizado e nunca fui fã dessas bugingangas - cintos de couro cheios de metal, braceletes com objetos perfuro-contundentes, proterores genitais, caneleiras e etc. Mas ali encontramos pelo menos umas camisetas 'da hora' pra irmos mais de acordo com o momento para o evento.

Registro: ' O capitalismo é mesmo uma coisa. Camisetas que custavam cerca de 20 putos, passaram a custar 50! Não fosse a vontade de animar a viagem, não teriam comprado'.

12:00h - Fui com o Rui, Diana, Rodrigo, Harry e alguns camaradas no centro da cidade ver o que tinha de bom pra comprar.

Aproximadamente 16:00h - Como a maioria do pessoal comprou os ingressos via internet, estavamos apenas com os voucher para aquisição dos mesmo. Montamos um grupo e fomos trocá-los pelos passes no Amazonas Shopping. Já estava meio apreensivo, pois, antes de irmos, deu na tv que a fila para o show já estava dando voltas no Sambódromo e que muitos já estavam ali desde cedo.


Chegamos no local de troca e apanhamos os benditos ingressos. O Neto, como estava perneta, rachou logo a fila.

18:00h - Voltamos para o hotel e ao entrar no quarto encontramos três cupins roendo nossas cervejas. Dois eram conhecidos, mas o outro nunca vi. Logo foi apelidade de peteléco. Desconheço a origem. Acho que foi o Rui quem o nomeou Peteléco, tomador de cervejas alheias.



Os outros dois eram o Tony e o Almeida - o último deixamos tomando conta. Acredito que foi uma má idéia, posto que mais de 80% das 'geladinhas' já haviam sido desintegradas :(.

Mas para tal crime houve consequências. E esse foi fruto da lei natural da Ação e Reação. Obsernve:
A justiça tarda mais não falha. O ruim foi acordar o Sujeito para ir ao banho. Faltavam apenas 30 minutos para irmos ao show e o Almeidão ai tava destruido. Porém, quando ameaçamos aplicar o famoso V.O., o 'judas das latinhas' deu um pulo e foi para o chuveiro. Lá, demonstrando o altíssimo nível de incapacidade mental em que estava, não achou a marçaneta do chuveiro e ficou gritando: "Num quer ligar não, cara! Tá quebrado. Vou sem tomar banho!". Felizmente o Neto indicou que o que ele estava tentando abrir era o suporte do sabonete e não do chuveiro... (rs).


20:00h - Todos prontos . Reunião no saguão do hotel. Outros fãs também se reuniam no local para irem ao show.

Após entramos no ônibus, não lembro de muita coisa. Estavamos muito cansados e meio sonolentos. Apenas me lembro bem de estar indo em direção ao portão de entrada quando me deparei com o tamanho da fila para entrar. Deu desânimo até.

Já bem acordado, nos despedimos dos companheiros que iam para a área VIP. Iriamos de pé-duro (pista) mesmo.

Por volta de 20h40min - De alguma coisa o pé quebrado do Neto serviu (rs). Astuto, o caboco logo deu a idéia de irmos com ele para tentarmos uma entrada estratégica bem na frente utilizando sua deficiência. Não estavamos errados. A lei ampara. E ele se perdendo de nós ficaria desamparado, coitado (rsrs)! Foi tiro certo, macho. Entramos logo.


Lá de dentro dava pra ver com mais nitidez o tamanho da fila. Iria levar umas duas horas para entrarmos.

O Neto conseguiu um lugar destacado entre a mutidão, no entanto, mais tarde, vimos que não era uma boca tão rica assim.




A energia do ambiente estava muito boa. Todos empolgados, conversando uns com os outros. Alguns encontros. Por pura falta de sorte e de organização, não encontrei com alguns dos meus. Já havia fechado com o Othon (velho camarada de Porto Velho) que ligaria pra ele e nos reuniriamos para tomar 'umas' por lá. Outro grande chapa que ocorreu o mesmo desencontro foi o Cowboy. Fica pra próxima.


21h10min - A primeira deu início ao espetáculo. Tratava-se da filha do grande baixista do Maiden, Lauren Harris. A garota até que não era ruim. Defendia um som desses novos tipo Evril. O que me impressionou foram os solos do guitarrista da banda. Ao estilo Zack Wilde, levantou o público com licks ardidos de guitarra. Em certos momentos, dava a impressão de ressucitar o grande Rhandy Roads.

Nesse meio tempo, enquanto Lauren tentava animar o público, o Tony descobriu que as arquibancadas não eram pagas. Veio correndo e nos chamou para irmos. Primeiro fui sozinho para averiguar a qualidade da vista. Realmente era bem melhor que ficar na ponta dos pés lá na pista. Voltei e confirmei o 'achado' aos outros dois capirotos.


Saca só como era a visão! Bem melhor!


Daí, foi só esperar o show começar. Pena não poder postar aqui os vídeos que fiz do início do show.


21h40min - Uma prévia de um filme sobre o Iron começou a rodar nos telões. Antes disso, algumas músicas que marcavam o compasso para o início da festa já entusiamavam a galera entorpecida pelo evento inédito na capital amazonica.
De repente, antigos aviões de guerra nazistas e ingleses estão combantendo no ar. Imagens reais em preto e branco da 2ª Grande Guerra Mundial sob a voz equivocada de seu gerador (Hitler) indicam o início de um grande marco na região Norte do Brasíl: O show de uma das melhores bandas de metal do planeta, o Iron Mainden. E tocando uma de suas músicas mais energizantes: Aces High.

Me arrepio só de lembrar. A multidão foi a loucura. Só ouvia aquela grito coletivo: aaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!!!!!!!!! IIIIIRRROOONNNNNN!!!!!!!!!

Alucinante!

Durante todo o show foi adrenalina. Espantei-me com o Almeida, que manjava de algumas músicas e cantava direitinho. Nem sabia que o cara curtia Iron (rs).

Houve um certo momento fura olho durante o show. Não vou entrar em detalhes aqui, mas, para que esteve lá, essa imagem diz tudo e apenas os fulanos poderão contar (rs).

Para descrever todos os detalhes desse show incrível levaria várias noites em claro. Anos talvez. Então para resumir tudo digo apenas que essa apresentação foi foda.

Duas horas de diversão e lavagem da alma. É incrível como o mundo muda quando fazemos algo que gostamos. Ali se descobre as alegrias da vida (qaundo fazemos outras coisas também).

No fim do show estavamos todos destruidos, principalmente o Robocop (Neto), que estava de muletas.

Na saida encontramos muitos conhecidos de Boa Vista e de Manaus (o peteleco não compareceu no show). Um outro grupo menos afortunado que gastou um pouco mais e teve uma viagem até mais turbulenta que a nossa esperava o ônibus que os levaria de volta ao hotel no mesmo local que o nosso. Momento de confraternizações e de estranheza (fatos históricos presentes no contexto musical local).

Atenção! Desta parte em diante alguns relatos podem ser entendidos como pornográficos, contudo são uma parte de extrema importância da viagem.

Chegamos ao hotel literalmente moídos. Eu em particular, pois mal deitei na nova cama - o Andrade havia conseguido um quarto com três camas de solteiro na tarde antes do show - fui apenas dar uma piscada e esta durou cerca de duas horas para se concretizar.

**Andrade - Nome dado ao Almeida pelo Rui.

O pessoal já tinha planos para àquela noite. Queriam visitar um certo lugar noturno, recanto de prazeres e desejos.

Tentaram me acordar para ir. Disseram que eu nem sequer me mexi.

Após várias tentativas desistiram de minha lealdade aos propósitos da noite e seguiram eles sem minha presença. Os pobres animais ávidos pelas delícias da carne feminina conclamaram uma prossissão herege até o destino dos prazeres, porém, no caminho, um pequeno lanche se tornou uma armadilha insolita, onde tiveram a ingênua idéia de parar para comer. Tolos iniciantes das artes da carne! Não sabem que até mesmo o maior dos amantes sucumbi às necessidades refazedoras do corpo. Do contrário, seriamos eternos fornicadores e nós, homens de São Jorge, permaneceriamos dia após dia com guarda alta, eretos perante a lua.

Não deu outra, o sono caiu como uma avalanche sobre a montanha, cobrindo qualquer rastro do desejo sexual humano. Logo estavam todos dormindo aguardando o próximo raiar do sol.

Dia de lazer

Sexta-feira, 13 de março, 9:00h - Neto e eu levantamos cedo para o café. Só tinhamos direito a esta refeição gratuita no hotel. Então a estratégia era a seguinte: 1 - Levantar faltando meia-hora para o fim do café oferecido pela hospedagem, coisa de umas 9h10min; 2 - Comer o máximo possível para evitar gastar no almoço (o que não acontecia, pois a fome devasta tudo numa viagem dessas).

Confesso que ali era servido um café da manhã para garimpeiros, com tudo que se tem direito. Saia até triste de lá.

O dia correu tranquilo com passeios e outras atividades.


Sexta-feira, 13 de março, 20:00h - Um grupo quis ir ao shopping. Nós fomos ao boliche. Mal sabia "eu" que me destacaria na noite. Fomos ao Stúdio 5.

Nunca joguei boliche na vida. Juro! Mas quando pisei na pista me senti à vontade e logo notei que tinha alguma relação espiritual com o novo jogo. Mesmo calibrado, fui o campeão da primeira série de jogadas, onde, na última sequência, derrotei meu pato Rui com uma excelente pontuação.


Houve até choro por lá! Porém na segunda rodada de jogos, um novo adiversário - um paraense cabeçudinho - que veio lá dos retardatários querendo afrontar minha superioridade. Não teve como, lavada! Nessa sequência até o perneta tentou me afrontar, mas não logrou sucesso (ficou uma revanche para logo que se recuperasse da lesão no pé).

Na foto ao lado está Rodolfo, atual campeão de boliche da viagem.

23:00h - Seguimos para o Tulipa Negra. Estava programa a apresentação da Banda Motocycle.

Já estavamos lisos e os ingressos caros, além dos poucos atrativos. Decidimos por ir tomar chope num lugar que não me recordo o nome. Um amigo do Rodrigo, o Rômulo, já havia juntado-se a nós nas surpresas daquela noite.
Rsrsrsrsrsrsrsrsrs...
.........................................................................................................................................................................

Fim de papo

No outro dia, só o que restou foram a comprar de última hora (fiz uma excelente aquisição nesse dia). Todos já muito cansados, dormiram a maior parte do tempo na viagem de volta. Chegamos logo cedo em casa, mais ou menos às 5:00h. Tive boas surpresas na chegada. Minha nova guitarra de 7 cordas estava lá, prontinha pra mim. Deixei o perneta em casa e voltei pra tocar. Mas o sono me pegou e pude apenas degustar dos sons da bixinha na tarde do mesmo dia.

Ficam sempre as boas lembranças de acontecimentos como estes. Independente da quantidade de tempo, as experiências são muito mais ricas em situações como estas.

Espero que em breve aconteçam outras ainda melhores.

Rodolfo Magno

3 comentários:

Essa Menina. disse...

Huhuahauahua, quero ver o final dessa aventura!
tá muito engraçada a primeira parte, nao esqueça de continuar.
Bruna, em novo blog.

Unknown disse...

Um outro grupo menos afortunado que gastou um pouco mais e teve uma viagem até mais turbulenta que a nossa esperava o ônibus que os levaria de volta ao hotel no mesmo local que o nosso. Momento de confraternizações e de estranheza (fatos históricos presentes no contexto musical local).


aeueaheauheauaehua... buniiiito, hein, sr, Rodolfo? ¬¬ convenhamos, vcs foram mais abençoados do que nós nessa viagem, realmente... mas enfim, pra ver o iron, valeu a pena passar por tudo isso... vamos ver quando será o próximo neh? :D


bjoss ;**



Cla :D

Unknown disse...

So quero me defender das acusações de criação dos apelido e nome errado (Peteleco e Andrade)! Não fui eu!! Mas a viagem foi sensacional!